Hoje a resenha é sobre A Festa de Babette, um conto da escritora dinamarquesa Karen Blixen. Li esse conto recentemente e lembrei dele quando vi o quadro “Interior” do pintor Vilhelm Hammershøi, no DailyArt. No quadro há uma mulher solitária em um quarto vazio, com decoração sóbria e simples, assim como sua vestimenta.
Interior. Vilhelm Hammershøi. 1898. Pintura a óleo. 51,5 cm x 46 cm. Domínio Público.
No conto, ambientado na Noruega, Blixen narra a vida de duas irmãs solteiras, Martine e Philippa, cujo pai era um pastor muito querido em sua comunidade e rígido com os dogmas. Após a morte do pai, elas mantiveram um estilo de vida singelo, sem prazeres, dedicado totalmente à caridade.
A rotina era calma e simples, até o dia em que uma mulher francesa esbaforida chega à sua porta com uma carta na mão pedindo refúgio. Babette assustou as irmãs, mas bondade das norueguesas não lhes permitiu negar ajuda à estrangeira.
Babette lutou na revolução francesa, por isso fugiu da França, mas antes disso cozinhava em um dos restaurantes mais elegantes de Paris. Na Noruega a culinária era muito mais simples, mas mesmo assim ela foi capaz de administrar o lar com muito mais eficiência e permitir que as irmãs se dedicassem ainda mais às suas obras de caridade.
Após 12 anos passados na mesma rotina, Babette recebe a notícia de que seu número foi sorteado na loteria francesa, pois um amigo continuava a jogar para ela durante o exílio. Ao receber a quantia de 10 mil francos, Babette decide fazer um jantar com pratos franceses para as irmãs e os convidados que viriam comemorar o aniversário póstumo do pai delas.
As irmãs aceitam, mas quando os preparativos se iniciam elas começam a ficar preocupadas com os ingredientes exóticos e abundantes que chegam do porto, causando algumas situações cômicas.
No entanto, a perícia de Babette no fogão transformou essa noite em uma experiência mágica, para gozo da cozinheira. A francesa sentia falta de deliciar as pessoas com suas habilidades, desejou fazer o banquete não apenas como agradecimento por todos os anos de convivência, mas também para sua própria realização pessoal.
Por ser um conto, o livro é bem curtinho, com 44 páginas apenas. A escrita é delicada e a narrativa é comovente. A leitura foi bem agradável e despertou o meu interesse por outras obras da autora, que tem uma biografia bem interessante. Não deixe de ler e comentar se também achou que o quadro tem tudo a ver com a história!
Ficha Técnica:
Autor: Karen Blixen
Editora: Cosac Naify
Edição: 14
Ano: 2014
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